QUASE UM TAJ MAHAL!
Charneca em Flor
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas…
Sob as urzes queimadas nascem rosas…
Nos meus olhos as lágrimas apago…
Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu burel,
E, já não sou, Amor, Soror Saudade…
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas…
Sob as urzes queimadas nascem rosas…
Nos meus olhos as lágrimas apago…
Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu burel,
E, já não sou, Amor, Soror Saudade…
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)
3 comentários:
Belo...dá para colocar aqui uma poesia da Florbela Espanca!
Beijos.
Perfeito!
Beijinhos.
Tudo aqui tem cheiro-verde de destruição! Lágrimas molhadas e pernas abertas!
Bulinação ausente na casa-vermelha da mente! É tudo só coração! Mas pulsa...ainda! Eu me caibo? Estou colocando as mãos!
Beijos.
Boa Semana!
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