20080408

Les animaux que nous sont

era madrugada. Gradiva vestia um twin preto com cachecol também preto de bolas na ponta e frizo vermelho. O poeta em seu uniforme básico, jeans, camista, tênis e paletó xadrez. Depois de algumas doses de uma Original em lagoinha, descemos o morro, até o posto. Ali já havia sido palco de outros gipsy carnavais. Mariposa, a portadora do inesquecível "le aminal que je suis", vestia tranças compridas como um Vinking, os demais eram parte do círculo. A mãe de todos, coincidência, nos levou ao velho Cícero, a velha escola onde habitavamos. Lá, em grande estilo, recitavamos poesia, já ao auvorecer, ouviamos Edit e jogavamos xadrex. Mas algo, passou pela cabeça do poeta. uma brisa, talvez. E assim ele resolveu mostrar a todos os belos e perfeitos seios de Gradiva. O convite foi a todas, mas Gradiva, como anfitriã, fez as honras ao enorme pé direito e reputação da sala de estar. O ar gelado de invervo a deixou semi, nua. apenas com o cachecol e agora também decorado com a boina xadrez do poeta. Todos ficaram adimirados com ""perfeiçao"", e como tudo naquela casa era real e permitido, o brilho havia começado. Porém, como nem tudo são flores. A pena flutuante, deixou a poesia subir, no momento em que os leves amaços deseperados das nove horas, onde todos já haviam se permitido, e tudo havia começado. A pequena saiu pelos corredores desesperada, em busca das maçãs de Valéry.
Sinceramente, nao me recordo o motivo pelo qual houve a expulsão do poeta. Lembro a briga baixa, mas ele já conhecia os melindres de Gradiva, e letrado como só ele era, por momento não conseguiu dissuadi-lá. Sendo assim, com o uso da razão ele a perduou: pela falta de camisinha.
Talvez se estas, já estivessem sortidas pela cama, tudo transcorreria prazeirozamente. Mas são essas e outras que desfizeram a união de Gradiva e o poeta, tornado nossas lembranças em um grande brechó de arte, poesia, folie e lembranças.


http://www.msmidia.com/conexao/01/tani.pdf

3 comentários:

morenocris disse...

Era poeta de verdade ou dublê de poeta? rsrs

Beijinhos.

Anônimo disse...

Que belo texto. Transa com charme, é indie, tem poesia, a libertè, tem sensualidade e être de très bonne humeur. Todas aquelas coisas que andam morrendo na "prestigiada" crônica brasileira (ou os conselhos do vovôzinho). Eu levantei pra fumar um cigarro na varanda fiquei pensando nas ligações que você fez (e ainda o link de Derrida, que para mim foi a resposta sobre a crueldade).

Très fort, très Joli, beuaté!
Beisers
Cáiocitô

Liberté disse...

Cris, acho que todo poeta é dublê de si mesmo, portando, nao foi o vinny, nem o arthour.