era madrugada. Gradiva vestia um twin preto com cachecol também preto de bolas na ponta e frizo vermelho. O poeta em seu uniforme básico, jeans, camista, tênis e paletó xadrez. Depois de algumas doses de uma Original em lagoinha, descemos o morro, até o posto. Ali já havia sido palco de outros gipsy carnavais. Mariposa, a portadora do inesquecível "
le aminal que je suis", vestia tranças compridas como um Vinking, os demais eram parte do círculo. A mãe de todos, coincidência, nos levou ao velho Cícero, a velha escola onde habitavamos. Lá, em grande estilo, recitavamos poesia, já ao auvorecer, ouviamos Edit e jogavamos xadrex. Mas algo, passou pela cabeça do poeta. uma brisa, talvez. E assim ele resolveu mostrar a todos os belos e perfeitos seios de Gradiva. O convite foi a todas, mas Gradiva, como anfitriã, fez as honras ao enorme pé direito e reputação da sala de estar. O ar gelado de invervo a deixou semi, nua. apenas com o cachecol e agora também decorado com a boina xadrez do poeta. Todos ficaram adimirados com ""perfeiçao"", e como tudo naquela casa era real e permitido, o brilho havia começado. Porém, como nem tudo são flores. A pena flutuante, deixou a poesia subir, no momento em que os leves amaços deseperados das nove horas, onde todos já haviam se permitido, e tudo havia começado. A pequena saiu pelos corredores desesperada, em busca das maçãs de Valéry.
Sinceramente, nao me recordo o motivo pelo qual houve a expulsão do poeta. Lembro a briga baixa, mas ele já conhecia os melindres de Gradiva, e letrado como só ele era, por momento não conseguiu dissuadi-lá. Sendo assim, com o uso da razão ele a perduou: pela falta de camisinha.
Talvez se estas, já estivessem sortidas pela cama, tudo transcorreria prazeirozamente. Mas são essas e outras que desfizeram a união de Gradiva e o poeta, tornado nossas lembranças em um grande brechó de arte, poesia, folie e lembranças.
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