Belo Horizonte, 21 de março de 2010.
Que que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja entre nós!
Bonjour Cherrie!
Entra a enchente das goiabas é o fim do verão. Segue um conto sem intenção para te agraciar. Notas um pouco melosas se prepare, e uma breve poesia aguar a alma de uma flor!
Estava deitada na rede pensando em você e na páscoa. E me lembrei de uma vez em que era tarde e te encontrei no MSN. Você disse só se for agora. E eu fui de imediato à sua casa, toquei a campainha e entrei pelo portão, pois ainda faltavam dois para as dez e a sua mãe não o havia fechado. Sua tez ficou pálida de espanto. Não sabia o que fazer. Sua mãe espantou o visitante que depois de mim chegou, acho que naquele momento, você duvidava da minha vinda. Em seu quarto nos entramos. Sua cama era agora no chão. Já, desde então, soube que você dormia de tv ligada. Fizemos qualquer coisa chamada sexo ilegal. Mas a intenção daquela noite de páscoa foi que ficou registrada na memória. Nesse dia usamos camisinha. Ah, dormimos em seguida e quando acordamos já tinha que ir, pois minha mãe cedo me buscaria para ir ao clube. Você ligou o computador, escovamos os dentes, ia me levar ao portão sem camisa, mas colocou uma jaqueta por meu pedido. Fui andado em direção a padaria enquanto você ficou ali, sentadinho na escada me olhado sumir. Uma das minhas recordações antigas de você.
Hoje depois do turbilhão do mês, tive tempo para escrever. Escrever que por enquanto ando leal, monogâmica e satisfeita com esse pensamento. Que o amor seja eterno enquanto dure. Ando satisfeita em ser mulher de um homem só, e que apesar da incerteza da distância, é possível levar tranqüilamente, como aqueles romances épicos com cartas, distância, encontros marcados. Talvez esse espírito antigo e meio cinematográfico tenha pairado sobre minha aura branca. Ou mesmo o curso de nossa história, regada de pouca comunicação e muita emoção. Eu acho você incrível. Talvez por isso seja interessante acreditar que a liberdade existe, dê tempo ao tempo, siga em frente, a vida e bela. Alguns me perguntam como é que eu vejo tudo isso? Com a maior liberdade do mundo – eu digo. Que o mesmo seja para você, Flôr, saiba disso.
Bom parar de rasgar sêda. Estou ansiosa por nosso próximo encontro. Espero que seja na páscoa, mas saberei somente na véspera. A solicitação está encaminhada.
Conto de fadas
Florbela Espanca
Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Como que sarei a minha própria dor.
Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...
Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de oiro, a onda que palpita.
Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa do conto: "Era uma vez..."
Ps – tenho uma surpresa para você.
E não se esqueça de avisar quê ovo de páscoa quer ganhar.
Outro beijo onde você se quer imagina.
T.