20081017
20081013
sweet inocense
Às vezes me abstenho das palavras, são momentos onde elas não são mais do que a realidade. Momentos que a ilusão se torna real, subversiva sem contorno. Inconseqüente daquele que apela ao sonho. Esvai-se, voa, e o pouso não importa onde se esconde em si uma sinistra presença do tempo onde o real fora transformado em etéreo. A este momento me esbaldei, bebi, celebrei, pedi, abençoei, fogo queimei. O júbilo do feitiço do último murmúrio. Do clarão que reluz ao canta galo. Despelada. Suja. Mas livre. Uma mão na frente e outra atrás. De estomago vazio. Enchendo das inúmeras delícias e amargores da uma comunidade. Tudo por uma gelatina. Por uma gelatina com amêndoas. Nada mais. De certa forma, não posso negar, o amor se revelou em palavras. O lamurio basta onde a sweet inocense foi roubada.
20081008
Um novo Autor na Vida
Meu corpo, que mais receias?
-Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi.
-Na treva que as mãos repelem
os corpos crescem trementes.
Ao toque leve e ligeiro
O corpo torna-se inteiro,
Todos os outros ausentes.
Os olhos no vago
Das luzes brandas e alheias;
Joelhos, dentes e dedos
Se cravam por sobre os medos...
Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi,
quem pela escolha afastei.
De longe, os corpos que vi
Me lembram quantos perdi
Por este outro que terei.
Jorge de Sena
-Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi.
-Na treva que as mãos repelem
os corpos crescem trementes.
Ao toque leve e ligeiro
O corpo torna-se inteiro,
Todos os outros ausentes.
Os olhos no vago
Das luzes brandas e alheias;
Joelhos, dentes e dedos
Se cravam por sobre os medos...
Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi,
quem pela escolha afastei.
De longe, os corpos que vi
Me lembram quantos perdi
Por este outro que terei.
Jorge de Sena
20081004
DESEJO
NAO SOU SEU
NAO SOU SUA
QUERO MAIS
QUERO MAIS
SOMENTE DA
SEMENTE
NAO, NAO PARE
AGORA,
AGORA NAO
QUERO MAIS
MAIS MAIS
DO MEL
E MENOS DA
SEMENTE.
QUERO VER
SACIADO
O DESEJO
JEITO DE
ASSIM
MAIS FORTE ASSIM
ME VIRA UM POUCO
PARA QUE O SEU
DESEJO NAO LACRE
O MEU DESEJO
COMO AO NATURAL
NAO SOU SEU
NAO SOU SUA
MAS NAO NEGO
O DESEJO REPEDITO
DAS NOITES EM VERAO
DESEJOS RADIOATIVOS
QUE PERMANECEM EM
QUESTAO
SERAO ELES ABSURDO
COMO O CAFÉ COM PAO
MAIS , MAIS
O DESEJO CRESCE
E AUMENTA DE TAMANHO
MAS SE NAO SOU SEU
SE NAO SOU SUA
ENTAO
ONDE FINDARÁ ESSE DESEJO
DE LOUCURA.
T.
NAO SOU SUA
QUERO MAIS
QUERO MAIS
SOMENTE DA
SEMENTE
NAO, NAO PARE
AGORA,
AGORA NAO
QUERO MAIS
MAIS MAIS
DO MEL
E MENOS DA
SEMENTE.
QUERO VER
SACIADO
O DESEJO
JEITO DE
ASSIM
MAIS FORTE ASSIM
ME VIRA UM POUCO
PARA QUE O SEU
DESEJO NAO LACRE
O MEU DESEJO
COMO AO NATURAL
NAO SOU SEU
NAO SOU SUA
MAS NAO NEGO
O DESEJO REPEDITO
DAS NOITES EM VERAO
DESEJOS RADIOATIVOS
QUE PERMANECEM EM
QUESTAO
SERAO ELES ABSURDO
COMO O CAFÉ COM PAO
MAIS , MAIS
O DESEJO CRESCE
E AUMENTA DE TAMANHO
MAS SE NAO SOU SEU
SE NAO SOU SUA
ENTAO
ONDE FINDARÁ ESSE DESEJO
DE LOUCURA.
T.
Não se toca, verdadeiramente, a flor
o que se passa, de passagem, é a cor
o que se passa é o desejo da cor
um vento delicado nos cabelos
um vento que vem dos olhos
de alguém que passa
que vira a cabeça e vai
levando nos olhos
um pouco daquela cor
é um momento, um instante
perfumado de eternidade
mas a eternidade é somente
esse começo
que dura como um fantasma
intocável como a flor
durante todo o tempo
em que o amor amadurece e morre
doce como se amargo fosse
e quando o fruto cai da árvore
já não se encontra nenhum vento
nos olhos.
Se os dias tivessem noites
e as noites pudessem dançar ao vento
como folhas de árvores distraídas
folhas tecidas com o calor do sol só
com a trama da noite, com abraços
que escondo pra você em meus braços
enquanto você dorme em meus pelos
e o travesseiro inteiro sonha
com a sedosa fronha dos teus cabelos.
Me espanta, quando me espanta
a ductibilidade do teu amor
serena serra com vaquinhas pastando
cadeias montanhosas aguardando
nuvens negras
e essa casa, essa pequena casa
branca no meio do nada
me espanta que estejas abandonada.
Guarda como o tempo passa
caminha nas águas do rio
fluente vento que se oculta
entre uma e outra ponte
na sombra onde os casais se beijam
e se prometem amar pra sempre
cada vez menos esvoaçantes
cada vez mais desesperados
porque o amor acaba
muito antes que acabe
a vontade de amar.
Poemas incluídos no livro
"O amor que resvala"
de Fernando Zanetti
o que se passa, de passagem, é a cor
o que se passa é o desejo da cor
um vento delicado nos cabelos
um vento que vem dos olhos
de alguém que passa
que vira a cabeça e vai
levando nos olhos
um pouco daquela cor
é um momento, um instante
perfumado de eternidade
mas a eternidade é somente
esse começo
que dura como um fantasma
intocável como a flor
durante todo o tempo
em que o amor amadurece e morre
doce como se amargo fosse
e quando o fruto cai da árvore
já não se encontra nenhum vento
nos olhos.
Se os dias tivessem noites
e as noites pudessem dançar ao vento
como folhas de árvores distraídas
folhas tecidas com o calor do sol só
com a trama da noite, com abraços
que escondo pra você em meus braços
enquanto você dorme em meus pelos
e o travesseiro inteiro sonha
com a sedosa fronha dos teus cabelos.
Me espanta, quando me espanta
a ductibilidade do teu amor
serena serra com vaquinhas pastando
cadeias montanhosas aguardando
nuvens negras
e essa casa, essa pequena casa
branca no meio do nada
me espanta que estejas abandonada.
Guarda como o tempo passa
caminha nas águas do rio
fluente vento que se oculta
entre uma e outra ponte
na sombra onde os casais se beijam
e se prometem amar pra sempre
cada vez menos esvoaçantes
cada vez mais desesperados
porque o amor acaba
muito antes que acabe
a vontade de amar.
Poemas incluídos no livro
"O amor que resvala"
de Fernando Zanetti
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